Medo da H1N1 eleva em até 30% busca por atendimento

Aumento da chamada gripe A levou as pessoas para postos de saúdes e policlínicas, ampliando em até 30% a procura por médicos; somente na capital, já houve 33 registros da doença e uma morte. No Estado três pessoas morreram com esse mal

Com o aumento de casos suspeitos da gripe A (H1N1), as unidades de saúde de Cuiabá sofreram um aumento de cerca de 30% em seus atendimentos durante o mês de março.

Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES), só na capital, foram 33 notificações de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, primeira desconfiança para o vírus influenza, sendo que das três mortes confirmadas no Estado, um registro aconteceu em Cuiabá.

A procura pelo atendimento aumenta também pelo fato de nenhuma unidade de saúde pública disponibilizar a vacina tetravalente (que combate o vírus). As pessoas recorrem a hospitais e postos com medo de serem a próxima vítima da gripe. As informações sobre o aumento dos atendimentos são das próprias unidades de saúde.

Para se ter uma ideia, atualmente duas pessoas estão internadas na policlínica do Verdão com suspeita de gripe A. Um dos pacientes trata-se de uma criança de três meses.

Conforme a coordenadoria do local, só em 2016 cinco pacientes já ficaram internados com suspeita da doença. A unidade hospitalar chegou a ser interditada após receber um paciente que poderia estar infectado.

Segundo protocolo do Ministério da Saúde, quando estes casos acontecem é obrigatório a unidade ser fechada para passar por uma desinfecção, já que o vírus é transmitido no ar, por tosse e espirro. 

A infectologista Sandra Breder Assis, do Hospital Julio Muller, destaca que o aumento dos casos de gripe faz com que as pessoas busquem atendimentos nas policlínicas, ao primeiro sintoma da doença.

“Como existe casos de gripe H1N1 em vários municípios de Mato Grosso, as pessoas que estão ficando gripadas têm medo de serem contaminadas, por isso estão buscando atendimentos. Só que gera uma aglomeração, o que, do ponto de vista da prevenção, não é positivo”.

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não existe qualquer suspeita de epidemia da doença em Cuiabá, por isso as unidades de saúde disponibilizarão a vacina somente no dia 30 de abril, quando começa a 18ª Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza. 

Os pacientes têm procurado as clínicas particulares para se prevenirem, chegando a pagar até R$ 130 a dose. No entanto, com a alta demanda, a vacina está em falta também nas clínicas particulares. Atualmente, as vacinas da rede de atendimento da Unimed Cuiabá estão em falta.

“Devido à grande procura e o esgotamento no início desta semana, um novo lote já foi solicitado, com previsão de chegada no dia 20 de abril”, disse a cooperativa, por nota.