Andrade Gutierrez diz que propina de Belo Monte foi de R$ 150 milhões

Fonte:R7 Noticias

O consórcio de construtoras que participam da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte recebeu R$ 150 milhões em propina, valor que corresponde a 1% do valor dos contratos que seriam firmados entre as empresas e o governo.

A informação está em delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez à Procuradoria-Geral da República, que foi obtida e publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (7).

De acordo com os dirigentes da empreiteira, esse valor de R$ 150 milhões seriam pagos durante a obra e divididos igualmente entre o PT e o PMDB — cada partido ficaria com um total de R$ 75 milhões.

O dinheiro chegou às mãos das duas siglas, segundo a delação premiada dos executivos da Andrade Gutierrez, por meio de doações legais de campanhas eleitorais em 2010, 2012 e 2014.

Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da construtora e que fechou acordo de delação premiada, informou à força-tarefa da Lava Jato que a construtora tinha um caixa único, composto tanto por dinheiro legal como por propina de Belo Monte.

Em 2014, a empresa doou R$ 20 milhões à campanha eleitoral de Dilma Rousseff e, segundo Azevedo, esse dinheiro saiu deste fundo.

Portanto, como não havia uma divisão clara do que era propina e o que era dinheiro legal, é possível que recursos oriundos de propina de Belo Monte tenham sido utilizados para quitar dívidas de campanha eleitoral do PT e do PMDB em 2014.

Mais cedo, o jornal Folha de S.Paulo já havia informado que a Andrade Gutierrez fez doações legais às campanhas da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 com o uso de propina de obras da Petrobras e do sistema elétrico.

As informações também são do ex-presidente da empresa Otávio Marques de Azevedo.