Bancários decidem por greve geral a partir de 3ª feira

23/09/2011 10:47

Categoria reclama da falta de acordo com os patrões sobre salários; 4,5 mil vão cruzar os braços

  • MidiaNews

    A partir de terça-feira (27), este cenário voltará a ser notado, no setor bancário de Cuiabá


    Fonte:Mídia News

    Os bancários de Mato Grosso aprovaram, na noite de ontem (22), greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 27 (terça-feira). Após uma série de negociações entre os bancários e os bancos, a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não contemplou as reivindicações dos trabalhadores.

    A greve foi definida em assembleia-geral, na Praça da República, em Cuiabá. Cerca de 200 bancários participaram da ação. Em Mato Grosso, pelo menos, 4,5 mil funcionários devem cruzar os braços, durante o movimento.

    Segundo o sindicato da categoria, enquanto os bancários reivindicam melhores condições de trabalho, segurança nas agências bancárias e mais contratações para melhor atender a população, os bancos ofereceram uma proposta rebaixada com Índice de 7,8%, nenhuma proposta para segurança e nem se comprometeram em mais contratações, sendo que a categoria pede reajuste salarial de 12,8%, além do fim do assédio moral e das metas abusivas, igualdade de oportunidade, entre outros.

    “Os bancários foram unânimes ao recusar a proposta rebaixada da Fenaban, que não garante mais investimento em segurança nos bancos nem contratações. Já passamos por 25 ataques a banco em Mato Grosso e a Fenaban não demonstrou nenhuma sensibilidade nesta questão. Queremos emprego decente e tivemos que usar este último instrumento de mobilização para que o banco atenda as nossas reivindicações. Pedimos que a população entenda nossa luta, pois contempla melhoria para todos. Merecemos bancos seguros onde o terror não esteja presente. Não abrimos mão das nossas reivindicações”, disse presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, Arílson Silva.

    Lucro dos bancos

    Em mais de um mês de negociação, os banqueiros não se prontificaram em atender a categoria e só apresentaram uma proposta de 7,8%. Os trabalhadores consideram esta proposta insuficiente, pois a lucratividade dos bancos oferece condições para que as reivindicações dos bancários sejam atendidas. 

    A categoria considera que o lucro dos bancos é feito pelos bancários que se dedicam ao trabalho e não são valorizados. Somente neste primeiro semestre, os principais bancos do Brasil lucraram juntos mais de R$ 27 milhões e agora, afirmam não poder atender as questões dos trabalhadores. Até agora, não houve avanço nas negociações quanto a melhores condições de trabalho, segurança bancária e nas questões específicas de cada banco.

    O lucro dos principais bancos neste primeiro semestre de 2011, em bilhões de reais é: Itaú Unibanco – R$ 7.133, Banco do Brasil - R$ 6.290, Bradesco - R$ 5.487, Santander (IFRS) – R$ 4.154, Caixa – R$ 2.274, HSBC – R$ 611, Safra – R$ 585, Banrisul – R$ 438, Banco do Nordeste – R$ 301, Banco da Amazônia – R$ 43, Banpará – R$ 41, Banestes – R$ 50. Total – R$ 27.407.

    “O recado foi dado pelos bancários à Fenaban. Se não tiver proposta justa na negociação  chamada pelos bancos no dia 23 de setembro (sexta-feira), já está decidido que é greve a partir do dia 27”, completou Arilson da Silva.