G20 se compromete a evitar desvalorizações competitivas de moedas

12/11/2010 06:30

SEUL, 12 Nov 2010 (AFP) -Os líderes do G20 se comprometeram nesta sexta-feira a evitar desvalorizações competitivas de moedas e a fortalecer a cooperação internacional para reduzir os desequilíbrios globais, segundo o comunicado final da quinta reunião de cúpula do grupo, celebrada em Seul.

No "Plano de Ação de Seul", incluído no comunicado, o G20 destaca que se movimentará para um "sistema de taxas de câmbio mais determinado pelo mercado" e deve "abster-se de desvalorizações competitivas de moedas".

"As economias avançadas, incluindo aquelas com moedas de reserva, permanecerão vigilantes à volatilidade excessiva e aos movimentos desordenados das taxas de câmbio. Estas ações ajudarão a reduzir o risco de excessiva volatilidade nos fluxos de capital que alguns países emergentes enfrentam", afirma o texto.

Após dois dias de discussões, as 20 maiores economias do planeta alertaram que políticas econômicas não coordenadas podem ter consequências desastrosas para todos.

Por este motivo, o G20 se comprometeu a "fortalecer a cooperação multilateral para reduzir os desequilíbrios excessivos na economia mundial".

O grupo de países ricos e emergentes também concordou em aplicar mecanismos para manter os níveis de conta corrente em categorias sustentáveis, de acordo com critérios que serão definidos por grupos de trabalho com apoio técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A reunião de cúpula de Seul do G20 tinha como principal objetivo reduzir a tensão provocada pela "guerra cambial" e os desequilíbrios de contas correntes, principalmente entre Estados Unidos e China, que acentuaram as divergências dentro do grupo nos últimos meses.

O debate sobre as intervenções para desvalorizar as moedas e estimular as próprias exportações ficou tenso após a decisão da semana passado do Federal Reserve (Fed, banco central americano), de injetar 600 bilhões de dólares no circuito financeiro.

O anúncio foi muito criticado por China, Alemanha e Brasil porque debilita a cotização do dólar.

Fonte:Uol