Greve faz 120 mil correspondências acumularem nos Correios

22/09/2011 07:05

Correspondências acumulam nas agências dos Correios de Rondonópolis

Cerca de 120 mil correspondências estão acumuladas nos Correios em Rondonópolis em apenas seis dias da greve dos trabalhadores da empresa pública. Apenas estão mantidas as entregas de Sedex, malotes, telegramas e registrados, que dependem da assinatura do destinatário.
O secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos (Sintect), Gilmar Machado Moura, comentou que a adesão ao movimento grevista tem aumentado em Mato Grosso. “Primavera do Leste, Campo Verde e Juara aderiram ao movimento. Cerca de 60% das agências dos Correios estão paralisadas no Estado”.
As negociações entre a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) com os grevistas não evoluíram. A ECT bate o pé e diz que negocia após retorno aos trabalhos. Já os trabalhadores só voltam ao batente mediante negociação. “Estão nos ameaçando com corte do ponto, do vale alimentação, só que essas atitudes extremas só reforçam a nossa greve”.
Na sexta-feira (23) será realizada passeata dos trabalhadores dos Correios, às 15 horas, nas Avenidas Amazonas e Maarechal Rondon. Eles também entregarão panfletos para a população divulgando o telefone 08007250100 para que as pessoas cobrem a negociação e o fim da greve. “A população é a maior prejudicada. A ECT precisa ceder”, argumentou Gilmar Moura.
REIVINDICAÇÕES
Os grevistas cobram reposição salarial de 24% referente aos últimos cinco anos, revisão inflacionária de 7,16%, R$ 400 de reajuste linear e salário base de R$ 1.635, equivalente a três salários mínimos. Os Correios ofereceram reposição inflacionária de 6,86%, R$ 800 de abono, R$ 50 de reajuste a partir de janeiro de 2012 e não mexeu no salário base de R$ 807.
Os trabalhadores querem ainda melhores condições de trabalho. Só em Rondonópolis há necessidade de 30 carteiros. Pelo menos 60 bairros da cidade não recebem correspondência.
O déficit de funcionários dos Correios se deve a dois Programas de Demissão Voluntária (PDV) nos últimos três anos. Em Mato Grosso, cerca de 6 mil resolveram sair, mas a quantidade de funcionários não foi reposta. Há cerca de 1,4 mil servidores na ativa.

Fonte:ATribuna