Maggi não descarta assumir ministério

08/07/2011 06:52

Senador vai reunir a família no final de semana para avaliar a possibilidade de aceitar convite e comandar a pasta dos Transportes
 


O senador Blairo Maggi se reuniu ontem pela manhã, em Brasília, com lideranças do Partido da República para discutir indicação

A possibilidade do senador Blairo Maggi (PR) assumir o Ministério dos Transportes ainda não está descartada, embora ele relute. O senador recebeu o convite da presidente Dilma Rousseff (PT) e também é o nome preferencial dentro do partido. No entanto, diz que fará “avaliações a respeito”.

Caso Blairo Maggi assuma o Ministério, o primeiro suplente, o ex-presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), José Aparecido dos Santos, o Cidinho (PR), assume a vaga de Senador da República. Desta forma, o Partido da República não diminui a sua representatividade no Congresso Nacional.

Os senadores do PR se reuniram ontem de manhã e decidiram que vão fazer a indicação para o cargo somente na semana que vem, depois que o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, comparecer ao Senado para esclarecimento sobre as denúncias de corrupção no órgão.

Mesmo com os escândalos de corrupção envolvendo o ministério e outros órgãos vinculados a ele, a presidente Dilma Rousseff (PT) vai deixar a Pasta sob o comando do PR. Por enquanto, quem ocupa o cargo de ministro interino é Paulo Sérgio Passos, atual secretário-executivo da Pasta.

Pela presidente, Paulo Sérgio continua no cargo. Ele é servidor de carreira do governo federal e também filiado ao PR. No entanto, os republicanos querem indicar um nome mais político para o posto. Para Dilma, se houver indicação do PR, o nome deve ser Blairo Maggi. “Não tem um convite oficial. O partido vai indicar um nome e está começando a discutir isso. Meu nome está dentro dessas sugestões, mas eu tenho que fazer algumas avaliações”, disse o senador.

Neste final de semana, o senador reúne a família para avaliar a possibilidade e analisar se o cargo poderá gerar conflito de interesses em razão dos negócios da família.

O senador tem um bom relacionamento com a presidente, além de ser respeitado politicamente e ter destaque no cenário econômico, como um “player” do agronegócio mundial. Maggi, como ex-governador de Mato Grosso, também tem a experiência do Executivo necessária para o cargo.

O senador refutou informações divulgadas de que recusara o convite porque o ministério seria “apenas problema”. “Não é isso. A questão é política, temos que avaliar a situação”.

A primeira reação de Blairo Maggi sobre a sucessão de Alfredo Nascimento no cargo de ministro foi negar interesse. A medida foi tomada para evitar constrangimento ao colega, que perdeu o cargo, mas que também é senador pelo Amazonas. No entanto, na atual conjuntura, o partido não tem muitos nomes que atende ao perfil que o cargo exige.

O escândalo envolvendo o Ministério dos Transportes veio à tona após uma reportagem da revista Veja publicada no sábado passado, informando que representantes do PR, partido que comanda os Transportes, e funcionários da Pasta e de órgãos vinculados ao ministério – como Dnit e Valec - montaram um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina de 4% do valor do projeto.

O diretor do Dnit, o diretor da Valec, José Francisco das Neves, e mais dois assessores diretos do ministro Alfredo Nascimento foram afastados imediatamente após o escândalo. Nascimento continuou no cargo, mas enfraquecido. A situação dele ficou insustentável com a divulgação de que seu filho está sendo investigado pelo Ministério Público por enriquecimento ilícito. Ele, então, se demitiu.

Fonte:Diário de Cuiabá