Monsanto prepara soja com Ômega 3 e livre de ‘trans’

17/10/2011 08:44

Cifras milionárias são injetadas diariamente para garantir pesquisa
 


Experimentos dependem de investimentos maciços para gerar resultados e a Monsanto aplica US$ 3 mi/dia

Fonte:Diário de Cuiabá

Os trabalhos atuais de pesquisa da Monsanto sejam os realizados no “berço do transgênico” no laboratório de Chesterfield, ou nos campos experimentais de Monmouth, em Illinois, se voltam (e com pressa) para o futuro. Entre as novidades que deverão ser revolução no segmento estão as variedades com Ômega 3 e com óleo com os mesmos benefícios do azeite.

Conforme o vice-presidente de Negócios da área Internacional da Monsanto Company, Jesus Madrazo, essa rapidez, tem um custo. A Monsanto aplica US$ 3 milhões ao dia em pesquisas, das quais, 95% estão voltadas para o melhoramento genético em sementes e busca de características específicas.

De acordo com Madrazo, a Monsanto “aceitou o desafio de aumentar a rentabilidade das lavouras”, mesmo sabendo que a expansão espacial delas é algo limitado e quase impensável em alguns países. Em 1960, por exemplo, um hectare de terra produzia alimento para duas pessoas, agora tem de produzir para nove. “A única forma de suprir o mundo é ampliar a produção por meio de variedades que tenham maior potencial produtivo, característica obtida por meio da genética”. Questionado se o futuro já começou, Madrazo revela que no pipeline (no duto de projetos) da Companhia estão pesquisas, seja em laboratórios ou em campo, de variedades tolerantes à seca, às pragas de raiz, resistentes ao nematóide, com maior poder de absorção de nitrogênio e com rendimento intrínseco, seja para o milho como para a soja a até mesmo para cana-de-açúcar.

Mas alguns outros estudos vão além das necessidades atuais e os resultados observados em campos experimentais estão animando os pesquisadores em busca de soja com Ômega 3 (presente nos peixes, por exemplo), a chamada Soymega, e a Vistive Gold, com zero de gordura trans e óleo com as mesmas propriedades e benefícios do azeite. Ambas as variedades ainda necessitam de aprovações nos Estados Unidos e ainda levarão anos para chegarem ao Brasil.

O laboratório da Monsanto, em Chesterfield, tem um hectare de estufas e 85 hectares no total. É o principal centro de biotecnologia vegetal do mundo.

IR ALÉM - Como reforça Madrazo, dentro de um contexto de demanda crescente, “a Monsanto se definiu como uma Companhia de rendimento por meio da utilização de práticas agronômicas melhores e da tecnologia. E isso se sustenta em três focos: melhoramento genético por meio do aproveitamento do nosso banco de germoplasma, biotecnologia e práticas agrícolas, pois sabemos que a água, por exemplo, é algo escasso e que nos países emergentes 70% da água existente vai para a agricultura e por isso estamos à procura de variedades tolerantes à seca, por exemplo”.

Como explica, até 2030 será preciso dobrar a atual produção de alimentos no mundo (trigo, soja, milho, arroz e cana). “Serão necessários mais de 40 milhões de novos hectares no Brasil, América Latina, Leste Europeu, China, Índia e África. E temos pressa nisso”. (*Marianna Peres viajou a convite da Monsanto)